uma escolha (...)

Não sei como pude chegar a este ponto… de já não saber quem sou, de estar perdida na vida. Ao ponto de afastar todos aqueles que amo, de os desprezar e ignorar quando só me querem ajudar e dar apoio. Mas será que mudei assim tanto? Será que já não sou aquela pessoa que era há uns meses atrás? Será que estou assim tão diferente por tua causa? Estou a perder tempo da minha vida e pessoas que amo com alguém que nem sabe o que quer. Mas será que te dou assim tanta importância para te trocar por todos aqueles que são significantes para mim? És assim tão relevante para confundires o meu ser? Não entendo como me pude afeiçoar desta maneira a uma pessoa, estar agarrada assim a alguém. Mas sinceramente, não sei por que ponta hei-de pegar na baralhada que a minha vida se tornou, que eu própria criei. E o futuro? O futuro também vai ser sempre assim? A minha existência vai-se tornar num inferno constante por causa de um “alguém” que me está sempre a atormentar? Que está sempre dentro de mim e que não me deixa respirar… não me deixa viver sem ter um peso em cima, sem ter sempre aquela preocupação de ver se tudo lhe agrada antes de o fazer. Cheguei a um ponto que tenho de dizer “não” a mim própria e tenho de parar de agir desta forma, pensar um bocado naquilo que ando a fazer. Porque se a vida é uma escada, eu estou cada vez mais a cair, estou cada vez mais no fundo. As atitudes que tenho tido não têm explicação, acho que já são instintivas, já as tenho sem pensar… ou então o meu interior já fez uma escolha, muito antes de todo o resto do meu corpo… uma escolha errada, uma escolha sem sentido, uma escolha que não posso escolher, mas uma escolha que quero. A verdade é que a quero, mais que qualquer coisa. Mas não vou prejudicar ninguém, não vou sofrer ao ponto de perder todos aqueles que amo, todos aqueles que me dão valor e que querem a minha felicidade acima de tudo. O tempo para mim parou quando me apercebi desta situação, quero voltar atrás e remediar tudo, não quero que todo este tempo tenha sido desperdiçado. Afecta-me olhar para ti e pensar que és tu a origem dos meus problemas e a barreira que me impede de ser feliz. Mas no final de tudo, a culpada aqui sou eu, porque amo quem não devo amar, amo quem me faz sofrer.  

5/11/2010