Sonhar (...)


Custa-me saber o quanto eu te sou indiferente, o quanto irrelevante te é falar ou não comigo. Já não sei como ainda sofro por ti, como ainda deito uma lágrima que seja pelo que me fazes ou como ainda desperdiço o meu tempo a pensar em tudo o que aconteceu. É inútil? Sim. Mas a verdade é que ainda o faço. Não entendo é o porquê. Mas agora sendo realista, acho que já deveria saber que tudo ia voltar ao mesmo, que não tinhas mudado assim tanto, que não tinhas alterado a tua opinião em relação a isto, não queria apenas acreditar na realidade, queria criar uma alternativa, só minha, em que tudo era perfeito. No entanto, acho que neste momento conseguiste estragar tudo. Todo o tempo que passei para conseguir que fosses o mais insignificante possível para mim. Parece que isso mudou em apenas alguns segundos, segundos em que foste, simplesmente, o rei da minha vida. Mas como é possível eu te dar tanta importância para que faças tudo mudar assim? 
"sempre pensei que a vida eram os "tais" dois dias. Se em metade do tempo fazemos coisas a que somos obrigados, erramos, sofremos e magoamo-nos, porque não passar o resto da nossa vida a cometer loucuras e a estar com quem amamos? Mesmo que essas pessoas nos façam sofrer, porque não aproveitarmos o tempo que nos resta com elas? Se um dia todos iremos para o mesmo sitio e se um dia tudo ai acabar, porquê aproveitar a vida apenas a 20% e não aproveita-la na totalidade? Porquê ter obrigações quando podemos ser livres? Porquê evitar e arranjar problemas onde eles não existem com quem nos ama?"
Pensava isso, sempre quis ficar contigo sem preocupações. Ainda hoje, por vezes, penso em ti como o centro de tudo, o centro daquele meu mundo alternativo. Penso que nada mais interessa e que te quero mais que tudo. Mas depois desço à realidade e percebo que tenho uma vida. Uma vida para além de ti e para além de todos os meus sonhos. Desiludiste-me, mas continuou a gostar de sonhar.

24/11/2010

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